A semana foi passando, e nada de pazes à vista. Pedro e Bastos provocavam-se um ao outro, Marta regozijava-se com o seu "troféu" e Lúcia não sabia o que fazer.
Estavam no último período, só haviam mais 2 testes para salvar Pedro de ficar retido. Mas entre os últimos problemas esse era certamente o menor dos seus problemas, e, como planeava convencer a mãe a inscrevê-lo na escola de guitarra, nem sequer considerava a ideia de se esforçar.
Infelizmente o professor de Filosofia tinha pedido um trabalho, algo acerca de problemas sociais, e, ironia do destino, a sua companheira de trabalho era Lúcia. "Se quiseres, vens a minha casa no sábado...", dissera ele, lentamente, quase parecia ter a boca seca. Custava-lhe um pouco ir ter com ela, mas ao mesmo tempo uma saudade enorme insinuava-se. Queria que voltasse tudo ao normal, queria voltar a estar com aquela paz de espírito, contar histórias e rir-se sem amanhã. Mas não ia dar o braço a torcer nunca, isso não. Rapaz orgulhoso. E então agora que ela e Bastos estavam tão íntimos, a distância parecia ainda maior. Lúcia conseguira em menos tempo aquilo que Pedro não conseguira em anos: uma amizade sólida. Bastos era mesmo muito distinto e embora gostassem de divagar sobre música e compusessem algumas coisas em conjunto, não passava disso.
Era uma sexta feira, o tempo estava nublado, com um horrendo calor abafado, e Pedro voltava para casa à boleia de Marco. Qual não foi a sua surpresa quando viu bagagens nas escadas e a porta principal aberta. "M*, esqueci-me que era hoje que chegavam!"
- Xii, a minha mãe e o Ramiro chegaram.
- Boa sorte pá, - encorajou Marco, do lado de dentro do carro. - vemo-nos amanhã no ensaio.
O rapaz nem teve tempo de traspôr a ombreira da porta, pois um par de braços o agarraram com uma força enorme. Quando pode levantar os olhos, estes nem queriam acreditar no que viam. Não era a mãe que o abraçava, era o padrasto. Estava com um ar preocupadíssimo, não ia nada bem com a sua habitual expressão de arrogância. Parecia outro até.
- Pedro, estás bem? Está tudo bem? - disse nervoso.
"Ok, estranho.", pensava o rapaz.
- Sim, es-está. - retorquiu, um pouco a medo.
- Olha, escuta, preciso de te contar uma coisa.
-*-
Como se pode constatar, encontrei o caderno! 3 vivas! E, como também se vê facilmente, a novela está mesmo a começar. Meeeeesmo. Preparem-se...
Beijinho *
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