tem aproximadamente a minha idade, é alto e de porte forte e masculino.
o cabelo num desalinho encaminhado, e um sorriso bem guardado. mas nada disto importa quando descrever o olhar dele.
cinco mil tempestades furiosas se aproximam ou então é desarmada toda a sua entrega e paixão, não consigo saber o significado do seu olhar.
muitas das vezes que o observo, é através da lente da minha câmara. sou eu que observo e fotografo. se sou eu, porque me sinto ao mesmo tempo totalmente exposta? de uma maneira corriqueira: não há mais ninguém à nossa volta. não há pessoas, nem luz, nem ar, nem som, aqueles olhos bem abertos conferem-lhe uma aura que absorve tudo e todos. talvez um grito "ESTOU AQUI".
não percebo, não precisas gritar, já te tinha
visto
o sujeito passou com pressa. levava uma pequena mala de viagem com rodas, e uma pasta de pele, castanha e de ar usada, sobre a mala preta. quanto ao sujeito, de cabelo grisalho, comprido, quase caido nos ombros, provavelmente estaria na casa dos 60 anos. era alto, magro e com um aspecto pouco saudável, olheiras fugazes e barba por fazer. o fato assentava-lhe mal, era largo e comprido e o cinto de nada impedia as calças de caírem, que ele num gesto rápido e vão subia, deixando entrever a camisa azul bebé debaixo do blazer horrendo.
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um dos rapazes era loiro. ambos eram altos, mas este era extraordinariamente esguio. tinha uma expressão vivaz, os seus olhos azuis procuravam atentamente a informação de um certo vôo no painel de embarque. sobre a testa caíam madeixas de cabelo fino e loiro, uma moldura perfeita para a tez pálida do quadro que era a sua face. parou por segundos ao meu lado enquanto analisava escrutinosamente (porém discreta e tranquilamente) o seu redor. assim que obteve a informação pretendida partiu para o meu lado direito, com uma grande mochila de campismo às costas, de casaco e calções que deixavam perceber o quão finas e lisas eram as suas pernas.
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é nos aeroportos e outros sítios com grandes multidões que me apercebo desta mania estranha que tenho. há pessoas que me prendem o olhar, fico a vê-las passar e imaginar tudo sobre as suas histórias. por isso talvez às vezes me canse de andar em sítios com grandes aglomerados de gente.
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